Indígenas de diversas regiões do Pará ocuparam a sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em Belém, em ato contra as políticas do governo estadual que, segundo os manifestantes, prejudicam o acesso à educação pública nas comunidades isoladas. O ato ocorre contra várias manobras do governo do estado que desvalorizam e promovem a precariedade da educação pública, como a extinção do Sistema Modular de Ensino (Some), o Projeto de Lei que trata da Nova Carreira do Magistério, bem como outras políticas de reformas no Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR).
Os manifestantes afirmam que o fim do Some, por exemplo, representará um grave retrocesso, deixando inúmeras comunidades sem acesso à educação de qualidade. Além dos indígenas, professores da rede estadual de ensino estão participando da mobilização, denunciando outras medidas do governo que, segundo eles, representam ataques aos direitos dos educadores. O ato também relembra a repressão violenta ocorrida no ano passado, quando a Polícia Militar disparou contra professores que protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) contra a aprovação da Nova Carreira do Magistério, considerada um retrocesso pela categoria.
A ocupação na Seduc ocorre em meio a um cenário de crescentes tensões entre o governo do Estado e trabalhadores da educação, que reivindicam diálogo e respeito aos direitos conquistados. Os manifestantes prometem permanecer no local até que sejam recebidos e suas demandas sejam ouvidas pelas autoridades competentes.