Amigos e familiares da jovem Anny Roberta Marinho Silva, de 18 anos, tiveram que se mobilizar em frente ao Hospital Materno Infantil (HMI) na noite desta terça-feira (04) para que ela conseguisse atendimento adequado na única maternidade pública de Marabá. Segundo informações colhidas junto aos parentes da moça, ela espera o primeiro filho e deu entrada no hospital às 6 horas da manhã, sentindo dores. “Os batimentos da bebê estavam bem fraquinhos. Mas, depois de algumas manobras, o médico disse que ela tinha condições de voltar para casa. Ela teve alta por volta das 7 da noite. Quando ela já estava em casa e entrou no banheiro para tomar um banho, a Anny começou a expelir muito muco e depois teve um sangramento muito forte”, detalhou a cunhada da paciente.
O sangramento foi o sinal para que a gestante retornasse ao hospital e, diante de tantas incertezas, pessoas próximas a Anny Roberta foram até o HMI e se concentraram em frente à maternidade na tentativa de pressionar pelo atendimento da moça. Cientes dos últimos registros de óbitos na casa de saúde, familiares acionaram também o Conselho Municipal de Saúde, que esteve no local por volta das 22 horas. Após relatar a ocorrência do sangramento em casa, a cunhada, que foi acompanhante de Anny em todo o procedimento, afirma ter testemunhado comentários como ‘Cadê o sangramento? Não tem sangramento nenhum aqui’, em tom de deboche. “A gente passa ate por mentirosa, sabe? Porque passa mal em casa e vem pro hospital, mas chegando aqui, se não tiver sangramento, a gente escuta isso”, conta.
Agora há pouco, antes das 23 horas, Anny teve alta novamente, após ser avaliada novamente e passar por um exame de toque. A justificativa do médico é de que sangramentos são “normais” durante a gestação. “Eu tenho certeza que não está nada normal. Como pode estar normal, com a quantidade de sangue que ela botou?”, exclama a mãe da moça. Ao ouvir o médico afirmar, mais uma vez, que seu parto estava previsto apenas para o próximo dia 14 de fevereiro, a jovem mãe ainda ouviu mais uma gracinha. “Mas, daqui até lá, pode voltar. Volte quantas vezes quiser, eu vou estar aqui para lhe atender”, disse o médico.